terça-feira, 25 de maio de 2010

A Genealogia da Dor


A emoção!

Que chega nos tirando os sentidos

Que chega nos fechando os ouvidos

Profunda e impávida desterrando...



A razão!

Que foge como débeis cervos

Que foge desabrigando os nervos

Confusa e fugaz pressagiando...



A paixão!

Que vem como cólera na espreita

Que vem sublime e imperfeita

Ardente refrigério tal como...



O amor!

Que chega ludibriando a alma

Que foge precipitando a calma

Que vem anunciando...



A dor!

Que chega e não vai embora

Que até foge, imensurável demora

Que vem precisa e nosso peito assola.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ah! O Amor...



Abstrata expressão que nos confunde os sentidos;
Foge a razão do inevitável torpor

E apetece-nos o medo de dias não vividos.


Mas que tolice querer merecer o que se tem por demérito;
Quiçá antes viver um pretérito imperfeito

a viver de sonhar um futuro do pretérito.



Não finja, portanto, insensível aversão!
Se possível nos fosse existir sem uma Eva

Não teria Deus arrancado uma costela de Adão.

Por isso vos afirmo crer sem pestanejar:

A viver sem sentir o sentido da vida

Escolho morrer cerceando o direito de amar.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Queirozeando...


Cheguei à conclusão de que não sei quem eu sou, de onde vim e para onde vou.


Atraio pessoas ao meu redor, apaixono-as com a minha perfectude, a tal ponto delas não suportarem viver a meu lado.
Ajudo-as a redescobrirem-se, mas não sou capaz de me descobrir.


Cheguei à conclusão de que não sei quem eu sou, de onde vim e para onde vou.


Afasto a todos para longe da minha órbita, enojo-os com os meus erros, e eles insistem em se manter por perto.
Perdem-se em sua existência, esquecem quem são...


E daí, então, sou capaz de saber quem eu sou, de onde vim e para onde vou.